Por Vinicius Aguiari, de INFO Online• Quarta-feira, 05 de dezembro de 2012 – 10h35
São Paulo - Presos do estado de São Paulo estão utilizando aparelhos celulares para realizar conferências e se comunicar com criminosos em liberdade a fim de traçar ações estratégicas, planos de tráfico e novos crimes.
Segundo documentos obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo, em fevereiro de 2011, dois presos detidos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau permaneceram em contato seguido com outros três criminosos por 9 horas e 38 minutos. Os criminosos são ligados à facção criminosa que controla os presídios paulistas.
Entre os assuntos abordados estavam a compra de armas no Paraguai, o envio de drogas para São Paulo e sua distribuição para outros Estados. As conversas foram gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial e fazem parte da Operação Leviatã.
Segundo o relatório, os contatos começaram em outubro de 2010 e se estenderam até maio de 2012, quando a operação foi iniciada. Em média, as conversas reúnem quatro pessoas – em uma delas nove pessoas, sendo seis presos e três suspeitos em . O processo tramita na Justiça sob sigilo.
As investigações focaram no presídio de Presidente Bernardes porque lá estão detidos líderes da organização criminosa.
Estado não consegue bloquear celulares - Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária afirmou que tem atuado para impedir a entrada de celulares dentro dos presídios. Segundo o órgão, de janeiro a agosto deste ano, 8 335 telefones celulares foram apreendidos nas 152 penitenciárias do Estado.
Na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, 12 telefones foram encontrados, sendo oito com visitantes.
Segundo a Secretaria, eles fazem testes com bloqueadores de sinal, mas nenhum aparelho conseguiu impedir totalmente o uso dos aparelhos.
A realização de conferências é um recurso que todas as operadoras oferecem. Para isso, basta o usuário fazer uma ligação, deixá-la em espera, realizar outra, e fazer a integração.
O uso de celular dentro de presídio é considerado infração disciplinar gravíssima. Em alguns casos, o preso pode ser enviado para a penitenciária de Presidente Bernardes, onde é aplicado Regime Disciplinar Diferenciado, que prevê banho de sol de apenas duas horas. O restante do tempo é gasto dentro da cela.
Fonte: Info online